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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Maria, Modelo dos que acolhem a Palavra de Deus

MARIA, MODELO DOS QUE ACOLHEM A PALAVRA DE DEUS

Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que no alto do céu nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. (Ef 1,3).

Estas palavras da Carta aos Efésios revelam o eterno desígnio de Deus-Pai, o seu plano de salvação do homem em Cristo. É um plano universal, que diz respeito a todos os homens criados à sua imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26).
Todos eles, assim como "no principio" estão compreendidos na obra criadora de Deus, assim também eternamente compreendidos no plano divino de salvação, que se há-de revelar cabalmente na "plenitude dos tempos" com a vinda de Cristo.

Com efeito, "nele", aquele Deus, que é "Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo", escolheu-nos antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados aos seus olhos. Por puro amor, predestinou-se a sermos adoptados por Ele como Filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor da magnificência da sua graça, pela qual nos tornou agradáveis em seu amado filho. Nele, mediante o seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça.

Ele compreende em si todos os homens; mas reserva lugar singular à mulher que foi a Mãe daquele ao qual o Pai confiou a obra da salvação. Como explana o concilio Vaticano II, "Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente, feita aos primeiros pais caídos no pecado". Ela é, igualmente a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel, segundo as palavras de Isaías. Deste modo, o Antigo Testamento prepara a "plenitude dos tempos", quando Deus haveria de enviar o seu Filho, nascido de uma mulher, a fim de recebermos a adopção de filhos . A vinda ao mundo do Filho de Deus é o acontecimento narrado nos primeiros capítulos dos Evangelhos segundo S.Lucas e S.Mateus.

Maria é introduzida no mistério de Cristo, definitivamente, mediante o acontecimento da Anunciação do anjo, que teve lugar em Nazaré, em circunstancias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus. O mensageiro diz à Virgem: Salvé, o Cheia de Graça, o Senhor está contigo.
A Virgem de Nazaré é também chamada a "Bendita entre as mulheres" por sua prima Isabel. Isso explica-se por causa da benção com que Deus-Pai nos comulou "no alto dos céus" em Cristo.

O motivo desta dupla saudação está no facto de se ter manifestado na alma desta filha de Sião, em certo sentido, toda a "magnificência da graça", daquela graça com que o Pai nos tornou agradáveis em seu amado Filho. O mensageiro efectivamente saúda Maria como "cheia de Graça" e chama-lhe assim, como se este fosse o seu verdadeiro nome. 

Na linguagem bíblica, "graça" significa um dom especial que, segundo o Novo Testamento, tem a sua fonte na vida trinitária do próprio Deus, de Seus que é amor. É fruto deste Mor a eleição - aquela eleição de que nos fala a Carta aos Efésios. Da parte de Deus esta escolha é a eterna vontade de salvar o Homem, mediante a participação na sua própria vida divina em Cristo: é a salvação pela participação na vida sobrenatural.


Dei Verbum

A CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA " DEI VERBUM "

O problema da Sagrada Escritura preocupou, desde o principio, o Concilio Vaticano II. Este documento é o mais importante que a Igreja produziu sobre a Bíblia.
A Igreja ouve religiosamente a Palavra de Deus como se não pudesse deixar de ser. A Palavra de Deus convoca, convida cada homem a participar na comunidade.
O concilio declara-se seguidor dos concílios de Trento e do Vaticano I, para dizer que na Igreja há continuo progresso no conhecimento e na vivência da Palavra. A DV integra tudo o que de positivo há nesses concílios e avança para novos caminhos. 
Por ultimo o concilio apresenta-nos o seu programa, que é expor a genuína doutrina sobre a Revelação Divina e a sua transmissão.


Capitulo I : A Revelação em si mesma
                  Natureza e conteúdo da Revelação

A Bíblia é a revelação da pessoa de Deus que se mostra pela sua (P)alavra e todo aquele que ESCUTA a Palavra não é mero receptor da mesma, mas sim alguém que recebe os segredos que Deus dá a conhecer. Dai Cristo ser a máxima expressão da Revelação de Deus à humanidade porque Ele é a Palavra de Deus que se faz pessoa. Este gesto amoroso de Deus tem como finalidade estabelecer uma relação intima e amigável de Deus com a Humanidade.

O acontecimento histórico e a palavra profética explicam-se mutuamente. A Bíblia nasceu da vida de um povo para explicar e lhe dar sentido RELIGIOSO que RELIGA e RELÊ a nossa existência à luz de Deus.
O Deus da Bíblia é um Deus que fala e que nos dirige a sua palavra. Esta palavra é o modo de Ele se nos revelar, o modo mais perfeito de dizer quem é e o que quer de nós, Ele criou-nos para dialogar connosco. o próprio dialogo já é um entregar-se de uma pessoa a outra por excelência porque é nele que o mais intimo se COMUNICA à outra. Ora a palavra que daquele que dialoga connosco é o instrumento, o veiculo desta entrega de um eu a um outro dialogante.
"Aprouve a Deus, na Sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo".
Ele revela-se na criação, onde a beleza da sua face transparece na luz do sol e no encanto das flores. Mas revela-se sobretudo na sua Palavra e a grande Palavra de Deus é JESUS CRISTO, a Palavra eterna que se desfez nas Palavras Humanas. 

A Bíblia é uma carta de amor em que o amigo fala aos seus amigos, é uma revelação do amor feita com amor.

Deus, ao criar e conservar todas as coisas pelo Verbo oferece aos Homens um testemunho perene de si mesmo na criação, além disso, ao propor abrir o caminho da salvação sobrenatural, manifestou-se desde o principio aos primeiros pais.

No devido tempo, Deus chamou Abraão, para fazer dele um grande povo, a quem depois dos patriarcas, ensinou por meio de Moisés e dos profetas, para que O reconhecessem como único Deus e verdadeiro, o Pai providente e o juiz justo e esperassem o Salvador prometido - preparando assim, através dos tempos, o caminho ao Evangelho.

DEUS PREPARA O CAMINHO AO EVANGELHO

Deus não tem História porque esta para além dos limites da temporalidade inerente ás coisas criadas. A história consiste nos momentos sucessivos do tempo e por isso, os homens e o povo tem uma história, apesar de não ter história, Deus acompanha o homem na sua história concreta e acompanha cada povo, porque o ama como ama a cada homem.
Mas Deus quis fazer uma história com um povo em especial, o povo de Israel. Uma história que se chama História da salvação, porque quando Deus intervém é para salvar o Homem, para o libertar de toda a escravidão e tal está patente no Êxodo. Mas a intervenção de Deus é continua e permanente, mesmo para além do acontecimento fundamental da história da salvação que é Jesus Cristo. Ele é vértice da Revelação de Deus á Humanidade, porque a palavra incriada, tornou-se uma Pessoa falante no meio de nós.

CRISTO, CENTRO DA REVELAÇÃO

A revelação de Deus feita em Jesus e por Jesus é perfeita e insuperável porque Ele não só diz a ultima Palavra de Deus como Jesus se torna a própria palavra que actua e realiza na sua vida a palavra do Pai, ou seja, nele se une a Palavra e o acontecimento da história da humanidade.

O Homem é incapaz de conhecer a Deus por si mesmo, porque não pode transpor a barreira que o separa dele, é demasiado pequeno e débil para o conseguir e só Deus pode quebrar com as barreiras que existe entre o finito e o infinito, entre o natural do sobrenatural, entre o Homem e Ele mesmo. Movido pelo Seu amor, Deus "DESCE" à humanidade que tem a Sua máxima expressão em Jesus de Nazaré.

Jesus confirma aos discípulos que estaria connosco até ao fim dos tempos, isto supõe que Ele é o mesmo Deus que esteve com Moisés, que falou pelos profetas, que fundou a Igreja e que enviou o Espirito Santo para dar continuidade à Sua obra aqui na terra. Portanto, como diz o Concilio Vaticano II, não é necessária nem pode acontecer  mais uma revelação publica. Como Cristãos temos que ser imagens vivas de Cristo.

A FÉ DEVIDA À REVELAÇÃO 

De nada adiantaria a Revelação ao Homem se este não a aceitar e sem a aceitar, a revelação Deus não seria possível. É aqui que reside o pecado mortal do Homem que interdita a intimidade do relacionamento com Deus. A fé é sempre um dom gratuito ao Homem para que este possa de Deus saber o que Deus quer revelar, ou seja, Deus dá ao homem o único meio de o conhecer: a fé. Fé que tem como conteúdo: Deus e a sua Palavra.

VERDADES REVELADAS

Ao manifestar-se, Deus manifesta a sua vontade, os seus projectos a respeito do homem. Não se trata apenas de uma vontade ditatorial, mas de uma vontade salvifica. O Concilio Vaticano I diz que Deus se manifesta aos homens para os tornar participantes dos bens divinos.
De realçar ainda também, que aquilo que nas coisas divinas não é inacessível à razão humana pode ser conhecidos por todos facilmente, com firme certeza e sem mistura de erro, mesmo na presente condição do género humano.


Capitulo II: Transmissão da Revelação Divina
                  Acção dos apóstolos e Evangelistas

Cristo, em quem toda a Revelação de Deus omnipotente se consuma, mandou aos apóstolos que pregassem a todos o Evangelho prometido antes pelos profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes, para isso, os dons divinos como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes. Coisa que foi fielmente reservada e preservada quer pelos Apóstolos, quer pelos varões apostólicos, que sob a inspiração do mesmo Espirito, escreveram a mensagem da salvação. Porém, para que o Evangelho fosse perenamente conservado integro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os bispos como os "seus sucessores entregando-lhes o seu próprio lugar de Magistério."

Podemos afirmar que a Revelação de Deus não se faz aos indivíduos em particular, mas aos indivíduos em grupo, em comunidade, assim como foi feita outrora a Revelação de Deus ao povo de Israel e assim como Jesus que quando pregava seria para todos.
Podemos perguntar: 

PORQUE JESUS NÃO ESCREVEU UM EVANGELHO?

Graças a Deus os acontecimentos são sempre maiores que as palavras e quando se escreve, é porque não se consegue conter a vontade de guardar e por isso, sobressai o desejo de se falar.
Ora a mensagem que Jesus nos trouxe para nos comunicar mão se pode reduzir a determinada escrita em mais ou menos livros, porque a sua mensagem trata-se da sua própria pessoa.

Jesus de facto mandou os discípulos pregar a Boa-Nova (mas que autoridade incrível) e os meios deste anuncio é a pregação oral. Todavia, alguns dos seus apóstolos e discípulos começam a escrever mas a escrita desta mensagem teve etapas:
Primeiramente apanharam-se as colecções de parábolas, milagres, ditos e discursos do Senhor e só mais tarde (entre 65 e 90) aparecem os 4 Evangelhos e os outros escritos do Novo Testamento. 
Depois Mistério ser entregue dos apóstolos aos bispos, estes passam a ser zeladores da mensagem até aos dias se hoje, onde ainda se vê que pela Escritura e pela Tradição, Deus a falar aos homens de boa vontade.

TRADIÇÃO E ESCRITURA


Aquilo que foi transmitido pelos apóstolos abrange tudo quanto contribui para que o povo de Deus viva santamente e progrida na sua fé. Esta tradição, que nada mais significa que o trazer da história até aos dias hoje e não no sentido tradicional da coisa em si, que deriva dos apóstolos, progride na Igreja sob a assistência do Espirito Santo. A verdade é que a Igreja, no decorrer dos séculos, tende constantemente para a plenitude da verdade Divina, até que nela se realizem as palavras de Deus.
Mediante esta tradição, a Igreja conhece o cânon inteiro dos livros sagrados, e a própria Sagrada Escritura nela se vai completando mais profundamente pois não há Escritura sem Tradição. O Espirito Santo assume desde logo um papel preponderante neste acontecimento porque faz com que a Palavra de Cristo habite em nós abundantemente.

Toda a Tradição é história e é na História que realmente Deus fala, o mais curioso é que tudo e tudo passa, só Deus permanece, note-se a eternidade de Deus. Evidentemente que o conhecimento e a inteligência do Homem foi crescendo e não se pode exigir do texto uma interpretação literal, mas sim alegórica, ou seja, tentar perceber o que esta por "detrás da letra".

A Tradição tem três características:

1- reforça a estabilidade da Revelação na Igreja. Tal Revelação encontra-se sobretudo nos livros considerados inspirados, ou seja, na Bíblia.
2- esta Tradição prove ao desenvolvimento da fé que é historicamente  progressivo, portanto, da-se pela pregação do Magistério do Papa aos Bispos, aos quais está inerente o Carisma da Palavra.
3- a liturgia é uma das grandes fontes da Tradição eclesiástica. Foi também pela Tradição, desde sempre no seu uso litúrgico, que a igreja descobriu quais os livros inspirados, pertencente ao cânon das Escrituras. É ainda pela Tradição penetrada pela fé que a igreja encontra o verdadeiro sentido das Escrituras. A tradição é a história que o mesmo Deus revelador  continua a fazer na e com a sua igreja.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE ESCRITURA E TRADIÇÃO?

O Concilio diz que as duas estão intimamente ligadas. No entanto, esta unidade esta a ser continuamente ameaçada de tal modo, que os protestantes não atribuem grande valor à Tradição ou nem sequer a admitem, mas "unicamente à Escritura" como dizia Lutero. No entanto defendem que a Escritura não se pode desligar da fé da Igreja, vê-se desde logo que Lutero até podia ser bem intencionada e bom homem, mas de teólogo não tinha nada. Ele não sabia o que estava para ali a dizer. Como nos chega a fé da igreja que hoje professamos? Não é pela Tradição?. Sem entrar em polémica antiprotestante, afirma o Concilio que a Escritura é a Palavra de Deus, mas é a tradição que a transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos. 
Portanto, a Tradição sem Escritura de nada vale e se não houvesse Escritura a Tradição já não era Tradição. Daqui a conclusão do Concilio: " A IGREJA NÃO RECEBE A SUA CERTEZA A RESPEITO DE TODAS AS VERDADES REVELADAS APENAS DA SAGRADA ESCRITURA. POR ISSO, AMBAS DEVEM SER RECEBIDAS E VENERADAS COM IGUAL AFECTO DE PIEDADE E REVERENCIA".

A Tradição é historicamente anterior à Escritura porque antes de serem escritos, foram transmitidos e conservados nas tradições orais. A escrita é um fenómeno posterior à oralidade. No que ao Antigo Testamento se refere, passaram-se por vezes, séculos até que um texto oral se tornasse Escritura. A Escritura é um vinculo da mesma Tradição, uma forma mais estável e palpável da Tradição oral. A Escritura seria, assim, uma parte da Tradição, certamente a mais fidedigna.
Porém a Escritura converte-se como que em substancia da Tradição como aquilo que é mais digno de ser recolhido e transmitido, pelo critério sempre basilar da fé. Reparemos a passagem de João 20'30-31:" Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele".

A Escritura tem assim a sua génese na Tradição. Mas como nem toda a Tradição passa a Escritura, a Revelação transmite-se por dois canais distintos e complementares: Escritura e Tradição.
QUAL JULGA QUAL?
A principio era a Tradição que julgava a veracidade da Escritura, dos primeiros escritos. Com o correr dos séculos, a Escritura tornou-se autónoma, independente .

RELAÇÃO ENTRE ESCRITURA! TRADIÇÃO E O MAGISTÉRIO DA IGREJA

A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só deposito da palavra de Deus, confiado à Igreja. Porém o múnus de interpretar autenticamente a palavra de Deus contida tanto na Escritura como na Tradição foi confiado ao magistério vivo da Igreja. Este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas apenas ao seu serviço, não ensinando senão aquilo que lhe foi transmitido, enquanto, por encargo Divino e sob a assistência do Espirito Santo.

O problema que se coloca agora é o de saber qual o papel do Magistério em relação ao "depósito sagrado da palavra" e também a relação existente entre o Magistério e os fieis. O seu relacionamento com a Palavra é o mesmo com os fieis: ou vê e guarda a Palavra numa atitude de serviço para com a Palavra e não de autoridade sobre a mesma.


Capitulo III: A inspiração Divina e a interpretação da Sagrada Escritura
                   INSPIRAÇÃO E VERDADE DA SAGRADA ESCRITURA


Sem margem para duvidas e nada mais claro e evidente, o concilio diz que as verdades reveladas por Deus, que se encontram na Sagrada Escritura, foram escritas sob a inspiração do Espirito Santo. A Santa Mãe Igreja, por fé apostólica, considera como sagrados canónicos todos os livros tanto do Antigo como Novo Testamento com todas as suas partes, visto que, ao terem sido escritos por inspiração do Espirito Santo, têm Deus por autor porque Deus é uno e trino ao mesmo tempo, isto é, porque é Pai, Filho e Espirito Santo. Mas mais tarde vou explicar como.
Todavia, Deus para redigir os livros sagrados, escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e possibilidades para que, agindo neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele quisesse. Assim, já que tudo quanto os autores inspirados afirmam dever ser considerado como afirmado pelo Espirito Santo, se deve acreditar que os livros da Sagrada Escritura ensinam firmemente e fielmente SEM ERRO a verdade que Deus quis fosse consignada nas Sagradas Letras para nossa salvação.

São livros canónicos aqueles que tem por autor o Espirito Santo. E cânon significa desde já, o conjunto dos livros que a Igreja considera "regra" ou "norma da fé".
Deus não teve outra maneira de se manifestar senão pela Palavra, pois se a evidencia dele fosse tão Índia, certamente deixaria de ser mistério e de certa forma a nossa liberdade acabaria. Deste modo, Deus falou aos homens pelos homens e obviamente que se serviu das suas faculdades como a linguagem e por isso, a Bíblia sendo ela Palavra de Deus acima de tudo, também ela é palavra humana. De facto nada nega que a Sagrada Escritura possa conter erros, pois encontram-se de facto alguns, mas no que concerne à escrita e não à essência, ou seja, a Bíblia não é um livro cientifico, é um livro de fé e no que toca a este ponto, não pode haver erros porque se Deus nos quer falar e revelar-se, não nos pode enganar. (Santo Agostinho).

A verdade é proposta e expressa nos textos de diferentes modos, ora de um, ora de outro, em géneros históricos, proféticos ou poéticos, ou ainda em quaisquer outras maneiras de falar. Por isso, é necessário que o interprete busque o sentido que o hagiógrafo, em determinadas circunstancias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir, e de facto, exprimiu, com a ajuda dos géneros literários usados na época. A SAGRADA ESCRITURA deve ser desde logo lida e vista à luz do mesmo espirito que foi escrita e foi vivida. 
Esta tarefa pertence aos EXEGETAS trabalhar para entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura.
Para estudar Bíblia, é preciso estudar os seus géneros literários: o seu contexto social, político e liturgico, etc... Compreender os modismos da linguagem semita, seu modo de pensar, é importantíssimo para qualquer estudo serio da Bíblia e sobretudo, para saber o que quer o Senhor por detrás de tais palavras.


A SABEDORIA DE DEUS ADAPTOU-SE À LINGUAGEM HUMANA

Na verdade, as palavras de Deus expressas por línguas humanas, tornam-se semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do Eterno Pai, assumindo a carne da fraqueza humana, se tornou semelhante aos homens.


Capítulo IV: O Antigo Testamento
                    Contém o plano de Deus revelado ao povo de Israel

Havendo pois, estabelecido a Aliança com Abraão e com o povo se Israel, por meio de Moisés, de tal modo se revelou em palavras e obras junto do seu povo eleito, como único Deus verdadeiro e vivo, queixarem pôde conhecer por experiência os desígnios de Deus acerca dos Homens e, com ajuda do mesmo Deus, falando pelos profetas. Portanto, a economia da salvação, predita, narrada e explicada pelos autores sagrados, está nos livros do Antigo Testamento como verdadeira palavra de Deus. 
Todo este plano de Deus fica a metade porque o Antigo Testamento anuncia-nos a chegada de um Messias, que mais tarde se descobre que é Cristo, rosto divino de Deus.

Por isso, os Cristãos devem aceitar devidamente os livros do Antigo Testamento porque se trata do mesmo Deus do novo Testamento. O Antigo Testamento revela já o rosto verdadeiro de Deus ao homem e o o seu modo de agir para com os mesmo homem.

o Antigo Testamento tem coisas imperfeitas, não porque Deus faça coisas imperfeitas mas porque pela sua condescendência, se adapta à imperfeição do homem e lhe vai dando a mão para o conduzir ao mais perfeito. É como um professor que primeiro ensina as letras, depois junta-as, lê e escreve até que finalmente esse aluno vai para a faculdade e essa faculdade é Jesus Cristo. - o Novo Testamento.

RELAÇÃO MUTUA DOS DOIS TESTAMENTOS


Deus autor e inspirados dos livros de ambos Testamentos, dispôs sabiamente que o Novo Testamento estivesse escondido no Antigo Testamento.
Autor em que sentido? Foi Deus quem ditou ou escreveu os livros?
É de facto uma pergunta que percorre desde sempre os estudiosos até porque não encontram uma resposta unanime. 
Quanto à unidade dos dois Testamentos, o concilio afirma que o Novo Testamento já estava escondido no Antigo Testamento e que o Antigo só se encontra plenamente resolvido no Novo Testamento. O Antigo é a raiz, o Novo por sua vez é a árvore visível.
O Concilio afirma ainda que a leitura conjunta dos dois Testamentos é necessária para a compreensão dos mesmos. Pois se o Antigo só adquire a perfeição no Novo, este também só se compreende com prévio conhecimento do Antigo.


Capitulo V: O Novo Testamento
                   É testemunho perene e divino da obra de Cristo.

A Palavra de Deus apresenta-se e manifesta-se eminentemente nos escritos do Novo Testamento. Pois quando chegou a plenitude dos tempos, Cristo estabeleceu o Reino de Deus na terra, manifestou o seu pai e a sua mesma pessoa com obras e palavras, e completou a sua obra mediante a sua morte, ressurreição e gloriosa Ascensão. Sendo levantado da terra, atrai todos a si, Ele que é o único que tem palavras de vida eterna.
O Novo Testamento não é simples continuação do Antigo porque acontece algo no Novo Testamento que ainda não estava no Antigo Testamento: a Palavra de Deus torna-se palpável, Pessoa. Esta Palavra é Jesus Cristo.

ORIGEM APOSTÓLICA DOS QUATRO EVANGELHOS

"Porque são o principal testemunho da vida e doutrina do Verbo Encarnado, nosso Salvador"
É nos Evangelhos que encontramos mais viva e atuante a Palavra e a Pessoa de Jesus Cristo. Porque? Não é porque Jesus de Nazaré tinha dito ou tal afirmação, tenha feito este ou aquele milagre, mas porque o ressuscitado continua na Igreja com o seu Espirito e atesta que os Evangelhos são verdadeiros. Não é por terem sido escritos com recursos humanos que eles ganham força, mas simplesmente porque o Espirito Santo, enviado por Jesus depois da sua Ascensão, garante a verdade dos Evangelhos por aquilo a que chamamos INSPIRAÇÃO.

A origem apostólica não deve ser entendida materialmente, no sentido em que foram realmente os apóstolos a escrever os Evangelhos, a afirmação entende-se no sentido em que a doutrina deles contida é realmente a que os apóstolos receberam de Jesus e transmitiram na sua pregação. Portanto, esta afirmação significa, antes de mais, que os evangelhos são portadores de uma mensagem que tem uma intima ligação ao Mestre. Os apóstolos, melhorais ninguém puderam dar testemunha com toda autenticidade daquilo que aprenderam de Jesus Cristo. A menção dos "quatro Evangelhos segundo MATEUS, MARCOS, LUCAS e JOAO" atestam que eles são os autores enquanto escritores dos mesmos. Contudo, dificilmente se explica que uma única pessoa esteja na origem da totalidade de cada um dos Evangelhos. Eles são mais o produto da pregação e da reflexão de uma determinada comunidade do que uma única pessoa - a pessoa do evangelista.

O QUE SIGNIFICA A HISTORICIDADE DOS EVANGELHOS? É VIÁVEL?

Ela é um facto. Todavia temos de entender o termo historicidade no sentido em que os evangelistas davam ao conceito da história e historicidade, ou seja, o concilio admite que o trabalho próprio dos pregadores e dos redactores dos quatro Evangelhos, que poderíamos resumir do seguinte modo:
A) seleccionam o material existente
B) interpretam tradições
C) explicam a mensagem anunciada por Jesus
D) omitem o que não lhes parece pertinente para a situação e para a fé da Comunidade em que trabalham
E) abreviam a mensagem segundo as necessidades da Igreja em causa
F) especialmente na redacção dos Evangelhos: juntam perícopas, fazem transposições de textos escritos segundo o próprio esquema teológico, dramatizam determinadas cenas, imprimem ao texto determinadas características de estilo próprias.

Os Quatro Evangelhos são também mensagem humana, isto é, palavra de Deus para o Homem de sempre mas já aplicada, inculturada para o homem concreto do tempo dos Apóstolos e para as circunstancias concretas de cada Igreja local.

OUTROS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO


Este ponto, o concilio diz que para além dos quatro Evangelhos, o Espirito Santo esteve presente está na origem dos outros livros do Novo Testamento. Não para dizer coisas absolutamente novas, mas para explicar o inesgotável mistério de Cristo, que está presente e é relatado nos quatro Evangelhos: nestes escritos "são confirmadas todas as coisas que se referem ao Senhor". Deste modo podemos dizer que as cartas de Paulo e dos restantes escritores sagrados são "Evangelho" os Actos dos Apóstolos são continuação do terceiro Evangelho, e "narração dos começos da Igreja"; as Cartas Católicas são explanação dos Evangelhos, e impróprio Apocalipse se intitula "Revelação, de Jesus Cristo".

O concilio pretende reafirmar um dos grandes problemas bíblicos da já longa história da Igreja: o problema do Cânon. Isto porque os hereges ou grupos cristãos marginais admitiam outros livros que a grande Igreja teve que combater, a fim de conservar pura a Verdade recebida de Cristo por meio dos seus apóstolos.

Capitulo VI: A Sagrada Escritura na Vida da Igreja
                   Regra suprema da fé e fonte de pregação

A Palavra de Deus, que é palavra de Cristo, e o pão da vida que é Cristo são indissociáveis e isso torna-se regra suprema da fé, juntamente com a Sagrada Tradição. Porquanto nos tem falado os santos apóstolos e os profetas pela Escritura, a Palavra de Deus por eles inspirada, mantém imutavelmente a sua forca, a sua vida até aos dias de hoje.
É preciso, por isso, que os Cristãos se alimentem e se orientem pela Sagrada Escritura. E tão grande é a forca e a virtude da palavra de Deus, que ela se torna apoio e o vigor da Igreja e fortaleza da fé para os seus filhos, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual.

A IGREJA VENERA A SAGRADA ESCRITURA

O concilio insiste na ideia de que a Bíblia é e sempre foi essencial na vida da Igreja. Dai a feliz compreensão das duas mesas.
Perante a Reforma Protestante, a Reforma Católica pretendia também a renovação da Igreja. Mas como a Bíblia se tinha tornada uma arma nas mãos dos protestantes, a Igreja, por instinto de conservação e de auto-defesa, agarrou-se a outra arma, a da tradição e regulamentou o uso da Bíblia. Dai o decreto da autenticidade da Vulgata e a proibição de ler a Bíblia em traduções modernas sem explicações.

As intenções da Igreja eram louváveis: defender a fé dos fieis de qualquer interpretação errónea da Bíblia.

A encíclica " PROVIDENTISSIMUS DEUS" é ainda muito apologética defendendo a Bíblia do racionalíssimo bíblico. Mas exalta a excelência, utilidade e eficácia da Sagrada Escritura na vida da Igreja e alerta para o conhecimento e ensino das ciências bíblias.
Leão XIII queria promover os estudos bíblicos da Igreja.
Havia caminhos abertos para que a bíblia pudesse, finalmente, iniciar o dialogo sério com as ciências. A igreja já não se sentia envergonhada perante o protestantismo porque tinha feito progressos significativos no campo das ciências bíblicas. O papa fala nas escavações arqueológicas na palestina, depois fala no estudo das línguas bíblicas , da critica textual e dirime a questão do valor da bíblia chamada Vulgata. Pela PRIMEIRA VEZ se afirma, oficialmente, os estudos de exegese devem ser feitos sobre o texto original. Quanto  à Vulgata diz que ela tem unicamente valor jurídico como texto oficial da Igreja latina, mas não tem valor critico especial. Deve ser lida na liturgia mas nas traduções é preciso ir aos textos originais.
O papa diz ainda que os sentidos da Escritura são o sentido literal e o espiritual. Porém, A GRANDE NOVIDADE DESTA ENCÍCLICA, é o acento posto na atenção e estudo de géneros literários presentes na bíblia. O sentido literal de um texto só pode ser captado depois de conhecer o género literário.
Deste modo, Pio XII da liberdade de investigação aos estudiosos da bíblia e diminui a tensão existente entre bíblia e ciências. MAS estes problemas referiam- essencialmente à interpretação do Antigo Testamento no qual a Igreja não Tinha ainda apresentado uma solução oficial.
Podemos dizer que esta encíclica foi a preparação próxima daquele documento fundamental para os estudos bíblicos desde a metade do século XX. É uma encíclica com vista a promover o futuro e a orienta-lo, todavia, teve dificuldades e estas residem em levar à pratica o que tenciona fazer, que era levar a todo o povo de Deus. 


A encíclica " SPIRITUS PARACLITUS" alerta já para a leitura reverente e assídua da Sagrada Escritura. Trata o importante problema da inspiração bíblica e oferece caminhos novos para defrontar as dificuldades históricas da Bíblia. Não deixa de lamentar os excessos a que alguns chegaram na aplicação dos métodos científicos às ciências bíblicas.
Assume ainda uma atitude defensiva em relação à historicidade dos livros da bíblia.

Mas foi Pio XII quem deu à Igreja a grande encíclica bíblica que preparou, doutrinalmente, a "DEI VERBUM". 
A " DIVINO AFFLANTE SPRITU" aconselha, oficialmente, o estudo dos géneros literários da Bíblia e concede a liberdade aos peritos em questões bíblicas, o que não era tão comum até então, devido ao racionalismo protestante.


ESCRITURA, REGRA DA FÉ DA IGREJA

A Escritura é "norma suprema da fé" porque interpreta a Escritura através da tradição e por isso, assim a Escritura é norma fundamental da Igreja.
Ao lado da Escritura, o concilio afirma que a tradição também é regra suprema da fé, pois esta tradição significa o processo e o conteúdo da transmissão da Verdade revelada que, em ultima instancia, tem a sua nascente na pregação originaria de Cristo e dos apóstolos.

Poros concluir assim das "duas fontes" da verdade mas de dois modos de manifestação de uma mesma corrente inspirada - vivida e falada e depois escrita - que regula a fé e a praxista da Igreja, através da rica bipolaridade de uma palavra garantida por um texto, e de um texto animado com uma palavra sempre viva. Por isso, diz o concilio que é preciso que os cristãos vivem da Sagrada Escritura. Trata-se de dois caudais indissociáveis que teem uma única nascente, a Revelação em que o "Pai que esta nos céus em amorosamente ao encontro dos seus filhos e conversa com eles".
A Inspiração não é acontecimento que deve ser posto de lado tão pouco, ela é continua e coroa a inspiração bíblica, em vista da palavra e da acção, e tende a conservar o que foi dito na Escritura. Primeiro é uma inspiração pastoral e só depois uma inspiração escrituristica, pois antes de ser escrita, a mensagem é vivida e falada. Esta experiência vive-se no texto escrito, no qual estão presentes, como um maravilhoso resume querido por Deus.

ESCRITURA, FONTE DE VIDA PARA A IGREJA

A Bíblia torna-se fonte de vida espiritual para toda a Igreja e para cada Cristão em particular. É tempo de vermos na Bíblia esta fonte de vida e superarmos o falso conceito da Bíblia como catalogo de verdades dogmáticas, lista de preceitos ou documento histórico.
O concilio reafirma que a Bíblia que a Bíblia é meio de salvação para todo o crente, um mistério da graça e do amor de Deus para a Humanidade, como a Incarnação. Não é documento morto, arqueológico, mas realidade viva, base de toda a pregação, inserida no coração do mistério da Igreja que deve alimentar.


A Palavra de Deus procura um coração como o de Maria

A Palavra de Deus fez-se Homem e nao pode perder-se por meio de palavras humanas deste mundo. Ela é a Palavra omnipotente, que nada pode ofuscar. Todavia, para ser recebida, ela deve encontrar um coração humilde e puro como o da Virgem Maria. Maria reconheceu a sua própria pequenez diante de Deus, ao qual se tinha entregue totalmente, confiando plenamente nele, porque o amava acima de todas as coisas. Precisamente por isso, a Ela, a "Cheia de Graça", foi concebida a riqueza mais preciosa, o Filho de Deus, e nele, se realizou, de modo altíssimo, a bem-aventurança proclamada pelo próprio Jesus: " felizes os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus ".

A Liberdade


Devemos ter sempre presente que tudo aquilo em que acreditamos, controla-nos. Quando andamos em círculos, rodopiando em torno de pensamentos ou de acções que nos sufocam e que nos oprimem, pelo negativismo que transportam, por exemplo, críticas, julgamentos, duvidas, medos... Ou nos afundamos em situações que causam um profundo mal-estar e insatisfação, encontramos-nos prisioneiros desse negativismo, dessas mesmas situações e pensamentos. Quando o contrário surge, sentimo-nos livres, desacorrentados.
Muitos dos que procuram impacientemente a liberdade, a paz ou o amor, por exemplo, nas drogas, álcool ou no sexo, destroem-se, porque pensam ter encontrado solução neste mal imenso, o qual os separa do amor e da liberdade e os faz cair no cativeiro, onde se encontram completamente subjugados e sem liberdade.

A descoberta de que a vida é uma dávida, um dom, desejada e querida por Deus, leva-nos à descoberta de um milagre diário, isto é, o milagre do amor e do amor em liberdade: o amor entre Deus e nós e do amor entre nós e os outros.
Quem pensa que pode e consegue, de um momento para o outro, atingir a paz que Nossa Senhora fala, engana-se. Só atinge a paz que o mundo oferece e toda a gente sabe que a vida aqui no mundo é uma condição. O Verdadeiro Amor, que é Paz e Liberto é para todos, mas estes não são terrenos.

Muitos casos de rejeição, durante a vida, podem levar, alguns, a pensar que também Deus os rejeita. Há como que uma tendência em projectar a maneira de Deus reagir igual à nossa maneira mundana. O que é preciso é que o Homem experimente o Amor de Deus para ser transmitido à humanidade, convém sermos semelhantes a Jesus.

Um exemplo, é aquele em que os pais, ao educarem uma criança, lhe dizem <não>. Se a criança lhe foi mostrado e feito sentir e compreender que ē amada incondicionalmente, e que lhe é por isso que se diz "não", então a criança não tem problemas em aceirar esse não. Esta é a correcta maneira de amar uma criança. Contudo, se os pais disserem não sem o amor de Deus, a criança identifica esse não já consigo mesma. 

O problema de hoje em dia, é que uma criança, ou um filho, está muito longe de ser entendido como um amor, pois o amor é um filho. 
O que sinto pela minha mulher mais tarde ou mais cedo, formar-se há num só corpo e numa só alma, isto é, o nosso amor encarna para que habite no meio de nós na sua plenitude. Assim aconteceu com Deus perante a nossa humanidade. Ora se Deus nos concede o dom da visa, quem é o homem para subjuga-lá assim sem mais?
Temas como o aborto, não significa mais nem menos do que não deixar nascer uma vida que se faz. Pros ou contras é hipocrisia da mentalidade do homem porque argumentar a consciência ou a não consciência da criança, não convém esquecer que estamos a falar de um ser humano enquanto tal. 

Outro exemplo é a oração, ou seja, quando rezamos e Deus nos dá o que pedimos, então Deus é maravilhoso. Mas se rezarmos e não recebemos, então duvidamos do amor e da confiança de Deus.


Todo o ser humano é semelhante a Deus no dom do Amor e da Liberdade. Quem se aproximou destes dois dons, na sua totalidade, foi Nossa Senhora. Maria de Nazaré.
Como? ... 

Ela é o modelo que permite compreender em como somos semelhantes a Deus. Deste modo, devemos aproximar-nos d'ELa para A conhecermos e não termos medo de a seguir e deixarmos que Ela nos guie.

Uma vez que fomos concebidos no eterno e incondicional amor de Deus, uma vez que Ele nos criou à Sua imagem e semelhança, nos somos semelhantes a Ele no amor e na liberdade. E é nestas duas áreas que podemos ser semelhantes a Maria, em cada dia e hora do nosso quotidiano. Os seus desejos e pedidos estão enraizados na Criação. Nossa Senhora chama-nos a amar a Deus, o Pai, o Criador acima de tudo e a amar os outros da mesma forma que Deus nos ama. Somos chamados a viver no amor de Deus e a mostrar e a exprimir esse amor uns pelos outros. Não há razão para julgar, rejeitar ou ignorar alguém, porque tal como nós, todas as pessoas são dávidas.

A Fé

Do Ocidente ao Oriente, a humanidade tende, ao não da sua história, a encontrar-se com a verdade e a confrontar-se com ela. Este caminho realiza-se no recinto da autoconsciência pessoal: quanto mais o homem conhece a realidade, maior a possibilidade de se conhecer a si mesmo à medida que o sentido da sua existência se vai colocando. Tanto da sua própria existência como a dos objetos.

A recomendação CONHECE-TE A TI MESMO, é a regra mínima de todo o homem, que deseje distinguir-se, no meio a criação inteira.

Quem sou eu? De onde venho e para onde vou? Porque existe o mal? Que haverá para além desta vida?

Creio que já tinha falado anteriormente destes paradigmas, mas reforçar o sentido da existência é sempre bom, fornece-nos vontade e inteligência, para alem disso, leva-nos a descobrir a nossa verdadeira entidade. São de facto questões que ardem no coração do homem e seria injusto não adquirir uma resposta.

Só o facto de perguntar de onde viemos e quem somos, nasce automaticamente a consciência do eu e a consciência que nada nasce por acaso. Tudo tem uma origem, nada nasce se não for semeado e absurdo seria eu dizer que o homem é um ser que foi feito ou criado ao acaso. Quem diz isto, não tem a noção da desvalorização que nos atribui e muito menos a noção que, quando se diz que o Homem foi feito ou criado por acaso! Então mas quem é o acaso que nos criou ou nos fez? Mas será que do nada, pode vir alguma coisa? A não ser que admitamos aqui que o nada significa tudo, e pode significar de facto, assim como a eternidade significa sem tempo, parece contra-senso. Pois a eternidade não tem inicio nem fim, e desde logo é eterno, nada lhe condiciona. Logo a eternidade existe. O tempo é que é condição dada pelo homem.
Do nada, nada pode vir que seja existencial.
A Igreja não é alheia, nem pode sê-lo, a este caminho de pesquisa. Desde que recebeu o dom da verdade ultima sobre a vida do homem, fez-se peregrina, para anunciar que Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida.
Na base de toda reflexão feita pela Igreja, está a consciência de ser depositária de uma mensagem que tem a sua origem no próprio Deus. O conhecimento que ela propõe ao homem não provem de reflexão sua, mas de ter acolhido na fé a Palavra de Deus. Nao falamos propriamente na Bíblia Católica, mas também em todas as outras religiões que falam de um principio, de algo que nos transcende.

A Palavra tem conteúdos, é portadora de uma mensagem que o homem pode perceber, através da sua inteligência e do seu coração. 
Todas as religiões procuram a verdade... O caminho.... A vida e por fim a salvação. De facto, Deus podia simplesmente manifestar-se apenas por sinais ou suscitando sentimentos no intimo de cada um, mas resolveu munir-se do instrumento da Palavra, para nos oferecer e manifestar o nosso coração, revelando-nos o seu coração, isto é, Deus vai-se mostrando a cada um de nós. Tais sinais Deus deu aos antigos e primeiros patriarcas, Abraão, Moisés,... Até que suscita e continua a suscitar no coração do homem o seu amor, a sua eternidade. Tudo passa e só Deus fica. Trata-se de uma iniciativa completamente gratuita, que parte de Deus e vem ao encontro da humanidade para a salvar. Enquanto fonte de amor, Deus deseja dar-se a conhecer e o conhecimento que o homem adquire dEle leva à plenitude qualquer outro conhecimento verdadeiro, que a sua mente seja capaz se alcançar, sobre o sentido da própria existência. - TRANCENDENCIA.


EM QUE MEDIDA A FÉ SE RELACIONA COM O AMOR?

Só se ama aquilo que se conhece. Ou seja, o amor é posterior ao conhecimento. Sendo assim, o amor não é possível sem fé, porque é a fé que permite o conhecimento. Sem desprezarmos a razão, até podemos ter duvidas que aquilo que conhecemos seja de facto o que é, contudo, há certezas de algo que não pode deixar duvidas. Amar é um facto que não podemos duvidar porque o sentimos, é algo INTRÍNSECO a cada um de nós. Consequentemente tem de haver fé, para se aprender amar..

Toda a gente quer amar e ser amado, quer aceitar e ser aceite, dar e receber a graça da misericórdia, perdoar e ser perdoada, reconhecer e ser reconhecida pelos outros. Deus criou-nos no amor, e se não temos esse amor, sentimo-nos perdidos e sem propósito.

No universo do amor, o perdão é algo fundamental, que significa amar e por isso na base de qualquer relação, deve perdoar-se. Porque eu te amo, perdou-te. O perdão é o primeiro degrau da cura, de qualquer relacionamento. Depois de assumirmos para nos mesmos o perdão interior, é a vez de perdoar exteriormente... Nem sempre ē fácil, porém o amor de Deus é maior, logo é possível que se perdoe se estivermos conscientes deste pormenor. Só depois deste perdão encontramos o caminho limpo e suave para o amor e se não o fizermos, acabamos por chegar aos oitenta anos e perguntar: 

Que vida foi a minha? Afinal para que é que eu vivi? 


A fé em Deus, implica entregar o nosso coração. Deus dá sempre o  primeiro passo, porque nos deu o seu coração - amou-nos primeiro e perdoou-nos primeiro. De tal forma nos ama que nos mandou o Seu Filho, Jesus. Deus para entrar na razão humana, teve que se passar por Homem, só assinm poderíamos perceber e finalmente dizer que Deus está connosco. Por isso a fé implica a sermos como Jesus, que se entregou, totalmente, por nós, por amor. Consequentemente, se temos fé temos amor, podemos confiar em qualquer pessoa.

A Benção

A Benção é sinal de protecção, de perdão, de amor; significa também uma confirmação, uma afirmação de paternidade, de pertença. Ao mesmo tempo, quem abençoa deseja todo o bem, tudo o que é bom à pessoa que está na sua frente. A Benção é, pois, uma necessidade, uma obrigatoriedade de todos aqueles que desejam estar bem com Deus, consigo próprios e com os outros

A Biblia no Papado de João Paulo II

BIBLIA! BASE DA FORMAÇÃO CRISTÃ DO LEIGO

"Toda a iniciação na fé e todo o aprofundamento da fé comportam, antes demais, a escuta da Palavra: trata-se do ensinamento dado pelo Mestre. Este é o elemento vital de toda a formação Cristã. Nenhum colóquio, diálogo ou pesquisa sociológica o poderão jamais substituir".

A formação deve basear-se numa leitura frequente da Palavra revelada na Bíblia; mas este uso da Bíblia exige uma preparação especial que deveria ser mais largamente estendida a todo povo cristão.

FÉ, RESPOSTA À PALAVRA DE DEUS

"A Palavra que ouvis, não é minha mas é do Pai que me enviou (Jo 14,24)" não será que o próprio Jesus, filho unigénito de Deus, sente a necessidade de frisar bem que a doutrina que ensina é verdadeira e sem erro?...
A fé, como especifica virtude sobrenatural infundida no espirito humano, faz-nos participantes do conhecimento de Deus, em resposta à Palavra revelada. Por isso, se exige que a Igreja quando professa e ensina a fé, esteja intimamente compenetrada da verdade divina, que a mesma fé se traduza em comportamentos vividos de adesão racional. O próprio Cristo, preocupado com esta fidelidade à verdade divina, PROMETEU à Igreja particular assistência do Espirito de Verdade, e concedeu o dom da infalibilidade a quem confiou o mandato de transmitir tal verdade e de a ensinar.

Nos dias de hoje, a responsabilidade desta verdade implica amá-la e procurar obter a sua mais exacta compreensão, de modo a torná-la mais acessível a nós e aos outros, com toda a sua força salvifica, esplendor, profundidade e simplicidade.
A Teologia teve sempre e continua a ter grande importância, para que a Igreja, Povo de Deus, possa participar na missão profética de Cristo de maneira criadora e fecunda.

CIÊNCIA E FÉ

A ciência para João Paulo II, é boa em si mesma, por ser conhecimento do mundo que é bom, criado e visto com satisfação. O conhecimento humano do mundo é maneira de participar na ciência do criador, constitui portanto, um primeiro grau de semelhança do Homem com Deus, acto de respeito para com Ele, porque tudo quanto nós descobrimos presta homenagem à verdade primeira.
O sábio descobre as energias ainda desconhecidas do universo e coloca-as ao serviço do homem. Pelo seu trabalho, deve portanto, fazer crescer ao mesmo tempo o homem e a natureza. Deve humanizar mais o homem, respeitando a Natureza. O universo tem harmonia em todas as suas partes, e cada desequilíbrio ecológico traz consigo um prejuízo para o homem. O sábio não tratará, portanto, a natureza como escrava. É verdade também que o homem é vitima de um grande medo, considerando-se ameaçado por aquilo que fabrica, pelos resultados do seu trabalho e pelo uso dos seus artefactos. Para impedir tal acontecimento é preciso um suplemento de alma, um novo sopro do espirito, uma fidelidade ás normas morais que regem a vida do homem.

Há um laço entre a fé e a ciência. O Magistério da Igreja sempre o declarou e um dos fundadores da ciência moderna, Galileu, escrevia que a "Sagrada Escritura e a Natureza" procedem, do Verbo Divino: uma , como sendo ditada pelo Espirito Santo, e a outra como executora fidelíssima das obras de Deus.

Que mal há em ser sacerdote? Só porque se tem uma esperança de que Deus existe? É uma esperança com fundamento!...

CRISTO, PÃO DA VIDA: PALAVRA E EUCARISTIA

Cristo, mediante o seu espirito, comenta aos seus o sentido da Escritura, para os dispor a tomar parte na ceia preparada pelas suas mãos - Eucaristia.
Para bem dizer, não são duas "mesas" separadas. Uma conduz à outra; tudo, como é revelado no cap.6 de João, vai do pão da Palavra ao pão da Eucaristia. O próprio Evangelho está orientado inteiramente para aquela "hora" de Cristo, que Ele tão longamente explica: todo o ensinamento do Senhor estava orientado para conduzir ao entendimento do mistério Pascal. De facto para isto Ele tinha vindo.

A Liturgia da Palavra prepara para o sacrifício. É nesta Liturgia da Palavra que antecede a Eucaristia, que a Palavra recebe todo o seu sentido; ela ē plenamente vivida graças ao contacto formal com a Eucaristia. As celebrações da Palavra não podem deixar de ser referidas à Eucaristia, o mais explicitamente possível. É aqui que a vida de oração do futuro sacerdote obtém todo o seu significado, realizando todas as suas promessas. 


O sentido Cristão no sofrimento humano


O SENTIDO CRISTÃO DO SOFRIMENTO HUMANO

Pode-se dizer que um homem sofre, quando experimenta um mal qualquer. A relação entre sofrimento e mal, no vocabulário do Antigo Testamento, é posta em evidência como identidade. Com efeito, este vocabulário não possuía uma palavra especifica para designar o sofrimento, por isso, defendia como mal tudo aquilo que era sofrimento.

Somente a língua grega, juntamente com o Novo Testamento serve-sedo verbo PASKO ( sou afectado por...) e graças a este termo, o sofrimento já não é directamente identificável com o mal, mas exprime uma situação na qual o homem sente o mal e, sentindo-o, torna-se sujeito de sofrimento.

Assim, a realidade do sofrimento levanta uma pergunta quanto à essência do mal: o que é o mal? 

Esta pergunta parece inseparável, num certo sentido, do tema do sofrimento. A resposta Cristã, neste ponto, é diversa daquela que é dada por certas tradições culturais e religiosas, para as quais a existência ē um mal de que é necessário libertar-se. 
O Cristianismo proclama que a existência é essencialmente um bem e o bem daquilo que existe. Professa a bondade do Criador e proclama o bem das criaturas. O Homem sofre por causa do mal, que é uma certa falta, limitação ou distorção do bem. Poder-se-ia dizer que o homem sofre por causa de um bem do qual não participa, do qual é, num certo sentido, excluído, ou do qual ele próprio se privou. Sofre em particular quando deveria ter participação num determinado bem - segundo a ordem normal das coisas - e não tem.

Por conseguinte, no conceito cristão, a realidade do sofrimento explica-se por meio do mal, de certa maneira, está sempre em referencia a um bem.