BIBLIA! BASE DA FORMAÇÃO CRISTÃ DO LEIGO
"Toda a iniciação na fé e todo o aprofundamento da fé comportam, antes demais, a escuta da Palavra: trata-se do ensinamento dado pelo Mestre. Este é o elemento vital de toda a formação Cristã. Nenhum colóquio, diálogo ou pesquisa sociológica o poderão jamais substituir".
A formação deve basear-se numa leitura frequente da Palavra revelada na Bíblia; mas este uso da Bíblia exige uma preparação especial que deveria ser mais largamente estendida a todo povo cristão.
FÉ, RESPOSTA À PALAVRA DE DEUS
"A Palavra que ouvis, não é minha mas é do Pai que me enviou (Jo 14,24)" não será que o próprio Jesus, filho unigénito de Deus, sente a necessidade de frisar bem que a doutrina que ensina é verdadeira e sem erro?...
A fé, como especifica virtude sobrenatural infundida no espirito humano, faz-nos participantes do conhecimento de Deus, em resposta à Palavra revelada. Por isso, se exige que a Igreja quando professa e ensina a fé, esteja intimamente compenetrada da verdade divina, que a mesma fé se traduza em comportamentos vividos de adesão racional. O próprio Cristo, preocupado com esta fidelidade à verdade divina, PROMETEU à Igreja particular assistência do Espirito de Verdade, e concedeu o dom da infalibilidade a quem confiou o mandato de transmitir tal verdade e de a ensinar.
Nos dias de hoje, a responsabilidade desta verdade implica amá-la e procurar obter a sua mais exacta compreensão, de modo a torná-la mais acessível a nós e aos outros, com toda a sua força salvifica, esplendor, profundidade e simplicidade.
A Teologia teve sempre e continua a ter grande importância, para que a Igreja, Povo de Deus, possa participar na missão profética de Cristo de maneira criadora e fecunda.
CIÊNCIA E FÉ
A ciência para João Paulo II, é boa em si mesma, por ser conhecimento do mundo que é bom, criado e visto com satisfação. O conhecimento humano do mundo é maneira de participar na ciência do criador, constitui portanto, um primeiro grau de semelhança do Homem com Deus, acto de respeito para com Ele, porque tudo quanto nós descobrimos presta homenagem à verdade primeira.
O sábio descobre as energias ainda desconhecidas do universo e coloca-as ao serviço do homem. Pelo seu trabalho, deve portanto, fazer crescer ao mesmo tempo o homem e a natureza. Deve humanizar mais o homem, respeitando a Natureza. O universo tem harmonia em todas as suas partes, e cada desequilíbrio ecológico traz consigo um prejuízo para o homem. O sábio não tratará, portanto, a natureza como escrava. É verdade também que o homem é vitima de um grande medo, considerando-se ameaçado por aquilo que fabrica, pelos resultados do seu trabalho e pelo uso dos seus artefactos. Para impedir tal acontecimento é preciso um suplemento de alma, um novo sopro do espirito, uma fidelidade ás normas morais que regem a vida do homem.
Há um laço entre a fé e a ciência. O Magistério da Igreja sempre o declarou e um dos fundadores da ciência moderna, Galileu, escrevia que a "Sagrada Escritura e a Natureza" procedem, do Verbo Divino: uma , como sendo ditada pelo Espirito Santo, e a outra como executora fidelíssima das obras de Deus.
Que mal há em ser sacerdote? Só porque se tem uma esperança de que Deus existe? É uma esperança com fundamento!...
CRISTO, PÃO DA VIDA: PALAVRA E EUCARISTIA
Cristo, mediante o seu espirito, comenta aos seus o sentido da Escritura, para os dispor a tomar parte na ceia preparada pelas suas mãos - Eucaristia.
Para bem dizer, não são duas "mesas" separadas. Uma conduz à outra; tudo, como é revelado no cap.6 de João, vai do pão da Palavra ao pão da Eucaristia. O próprio Evangelho está orientado inteiramente para aquela "hora" de Cristo, que Ele tão longamente explica: todo o ensinamento do Senhor estava orientado para conduzir ao entendimento do mistério Pascal. De facto para isto Ele tinha vindo.
A Liturgia da Palavra prepara para o sacrifício. É nesta Liturgia da Palavra que antecede a Eucaristia, que a Palavra recebe todo o seu sentido; ela ē plenamente vivida graças ao contacto formal com a Eucaristia. As celebrações da Palavra não podem deixar de ser referidas à Eucaristia, o mais explicitamente possível. É aqui que a vida de oração do futuro sacerdote obtém todo o seu significado, realizando todas as suas promessas.