Seguidores

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Maria, Modelo dos que acolhem a Palavra de Deus

MARIA, MODELO DOS QUE ACOLHEM A PALAVRA DE DEUS

Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que no alto do céu nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. (Ef 1,3).

Estas palavras da Carta aos Efésios revelam o eterno desígnio de Deus-Pai, o seu plano de salvação do homem em Cristo. É um plano universal, que diz respeito a todos os homens criados à sua imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26).
Todos eles, assim como "no principio" estão compreendidos na obra criadora de Deus, assim também eternamente compreendidos no plano divino de salvação, que se há-de revelar cabalmente na "plenitude dos tempos" com a vinda de Cristo.

Com efeito, "nele", aquele Deus, que é "Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo", escolheu-nos antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados aos seus olhos. Por puro amor, predestinou-se a sermos adoptados por Ele como Filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor da magnificência da sua graça, pela qual nos tornou agradáveis em seu amado filho. Nele, mediante o seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça.

Ele compreende em si todos os homens; mas reserva lugar singular à mulher que foi a Mãe daquele ao qual o Pai confiou a obra da salvação. Como explana o concilio Vaticano II, "Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente, feita aos primeiros pais caídos no pecado". Ela é, igualmente a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel, segundo as palavras de Isaías. Deste modo, o Antigo Testamento prepara a "plenitude dos tempos", quando Deus haveria de enviar o seu Filho, nascido de uma mulher, a fim de recebermos a adopção de filhos . A vinda ao mundo do Filho de Deus é o acontecimento narrado nos primeiros capítulos dos Evangelhos segundo S.Lucas e S.Mateus.

Maria é introduzida no mistério de Cristo, definitivamente, mediante o acontecimento da Anunciação do anjo, que teve lugar em Nazaré, em circunstancias bem precisas da história de Israel, o povo que foi o primeiro destinatário das promessas de Deus. O mensageiro diz à Virgem: Salvé, o Cheia de Graça, o Senhor está contigo.
A Virgem de Nazaré é também chamada a "Bendita entre as mulheres" por sua prima Isabel. Isso explica-se por causa da benção com que Deus-Pai nos comulou "no alto dos céus" em Cristo.

O motivo desta dupla saudação está no facto de se ter manifestado na alma desta filha de Sião, em certo sentido, toda a "magnificência da graça", daquela graça com que o Pai nos tornou agradáveis em seu amado Filho. O mensageiro efectivamente saúda Maria como "cheia de Graça" e chama-lhe assim, como se este fosse o seu verdadeiro nome. 

Na linguagem bíblica, "graça" significa um dom especial que, segundo o Novo Testamento, tem a sua fonte na vida trinitária do próprio Deus, de Seus que é amor. É fruto deste Mor a eleição - aquela eleição de que nos fala a Carta aos Efésios. Da parte de Deus esta escolha é a eterna vontade de salvar o Homem, mediante a participação na sua própria vida divina em Cristo: é a salvação pela participação na vida sobrenatural.